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  • Foto do escritorElibia Tinoco

Uma discípula admirável


O sol estava se pondo no mar Mediterrâneo e seus raios dourados acariciavam a bela cidade de Jope. Esse era um momento mágico, propício para apreciar os navios ancorados no porto e sentir a brisa do mar. Debruçada no terraço de casa, Dorcas tinha essa vista privilegiada. Mas sua atenção nem sempre estava voltada para o belo sol poente, e sim para os marinheiros que, despedindo-se de suas esposas e filhos, partiam rumo a um futuro desconhecido. Muitos deles perdiam suas vidas nas tormentas do mar, aumentando o número de órfãos e viúvas desamparados.

Enquanto pensava nessas coisas, Dorcas lembrou-se de que foi nesse mesmo porto que o profeta Jonas embarcou rumo a Társis, milhares de anos atrás, e quase perdeu a vida por desobedecer a uma ordem expressa de Deus. Sim, a pequena Jope, situada a 56 quilômetros da capital Jerusalém, não era uma cidade insignificante. Era só fechar os olhos e imaginar centenas de jangadas chegando com pesadas toras de cedro vindas do Líbano para a construção do grandioso templo do rei Salomão. Ou, algumas centenas de anos depois, fazendo o mesmo percurso com madeira para a reconstrução do templo sob a supervisão de Esdras, após 70 anos de cativeiro babilônico.

Longe de levar uma vida contemplativa, Dorcas era uma mulher de ação. Sendo ela temente a Deus, seu coração inquietava-se face ao sofrimento dos menos favorecidos. Então, com mãos ágeis fazia lindas vestimentas para os órfãos e as viúvas da cidade. De índole humilde, Dorcas não buscava reconhecimento por aquilo que fazia; mas seus olhos brilhavam quando a chamavam de discípula. Sim, depois que ouviu falar de Jesus de Nazaré, o filho de Deus que morreu pelos seus pecados e ressuscitou em um domingo de Páscoa, ela O recebeu como seu Mestre e Senhor. Desde então, tudo o que ela fazia era para render glórias ao Seu nome.

A benfeitora dos órfãos e viúvas subitamente ficou enferma, vindo a falecer num dia em que o sol não brilhou em Jope. Parecia estar solidário com as densas trevas que se abateram nos corações de alguns moradores da cidade. Enquanto o corpo de Dorcas era preparado para o sepultamento, mandaram buscar Pedro, um dos doze apóstolos de Jesus, na esperança de ao menos um conforto naquele momento de grande tristeza. Por providência divina ele se encontrava em Lida, uma cidade bem próxima de Jope.

Quando Pedro chegou ao local em que o corpo se encontrava, viu uma cena comovente: mulheres e crianças molhavam com lágrimas as vestes que Dorcas lhes fizera com tanto amor. Agora que ela se fora, sentiam-se mais uma vez desamparadas. O apóstolo deve ter se lembrado de como Jesus ressuscitou a filha de Jairo. Então, no poder de Jesus, Pedro ajoelhou-se, orou e em seguida a chamou por seu nome hebraico, “Tabita, levanta-te! Ela abriu os olhos e, vendo a Pedro, sentou-se. Ele, dando-lhe a mão, levantou-a e, chamando os santos, especialmente as viúvas, apresentou-a viva”.

Algo mais poderoso que a ressurreição de Dorcas, essa mulher admirável, aconteceu no final desta bela história. Todos os habitantes de Jope ficaram sabendo do ocorrido e muitos creram no Senhor.

Quando alguém se dispõe a servir ao Senhor com seus dons, algo extraordinário poderá acontecer, pois “Deus não é injusto; ele não se esquecerá do trabalho de vocês e do amor que demonstraram por ele, pois ajudaram os santos e continuam a ajudá-los”.


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