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  • Foto do escritorElibia Tinoco

Uma serva admirável


Eras sobre eras se passaram desde que o Criador formou a raça humana do pó da terra. O ser criado havia se rebelado no afã de tomar as rédeas de seu próprio destino; desde então o ser humano perdeu o seu direito à imortalidade. Porém, resquícios da eternidade pulsava em seu coração, lembrando-lhe que um dia haveria de nascer um filho de Eva que restauraria o elo que havia sido rompido entre criatura e Criador.

De tempos em tempos Deus revelava a seus profetas alguns detalhes de como isso ocorreria. E, para que não houvesse dúvida, um sinal foi dado pelo próprio Senhor: uma virgem conceberia de forma sobrenatural e daria à luz um filho, cumprindo assim a promessa dada no Éden, o jardim de Deus.

Na região da Galileia, ao norte de Israel, havia uma pequena cidade chamada Nazaré. Construída sobre uma colina com 350 metros de altitude em relação ao mar Mediterrâneo, era inexpressiva e sem atrativos, sendo povoada por pessoas humildes e desprovidas de recursos como artesãos, carpinteiros, lavradores e pequenos comerciantes.

Morava em Nazaré uma jovem donzela cujo nome em hebraico era Miriã. Mas ela ficou mais conhecida por seu nome de origem helênica, Maria. Ela estava noiva de um carpinteiro chamado José; mas, sendo rigorosa cumpridora dos mandamentos divinos, guardava sua virgindade para o dia do casamento.

Era muito cedo e a lenha já crepitava no forno de barro. No seu interior assavam-se pães feitos de farinha de trigo misturado com o fruto do carvalho, conferindo-lhe um sabor meio amargo. O leite de cabra complementaria o desjejum da família. Como toda moça judia, Maria ajudava sua mãe nos afazeres domésticos; futuramente ela faria o mesmo em seu próprio lar.

Foi nessa rotina ordinária que Maria foi surpreendida pelo extraordinário. Um ser angelical, Gabriel, que assistia diante do Criador, aquele que habita em luz imarcescível, anunciou-lhe a mensagem que era aguardada desde a fundação do mundo: o Filho de Deus receberia uma natureza humana, sendo concebido no ventre de uma virgem por obra do Espírito Santo. E ela, Maria, fora escolhida para gerar esse ente santo, o Filho de Deus, o Salvador do mundo. Apesar de Maria ficar perturbada com tão grande revelação, ela não duvidou, mas creu. Então, no lugar de pedir permissão a José ou consultar um rabino sobre o assunto, em completa rendição e obediência curvou-se à vontade e determinação do Senhor.

Maria mal se continha de tanta alegria. Após a visita angelical, ela realizou uma viagem de última hora para certa região montanhosa da Judéia onde morava sua prima Isabel. O anjo lhe noticiara que a mesma encontrava-se grávida, apesar de sua esterilidade e idade avançada. Elas tinham muito que conversar, afinal, ambas foram agraciadas com uma visitação especial de Deus. O encontro da jovem com a anciã foi emocionante. Na ocasião, Isabel, cheia do Espírito Santo, fez a seguinte declaração à Maria: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre!”. “Bem aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor”.

Então, Maria cantou um hino de louvor ao Senhor. Seu coração estava transbordando de gratidão ao Soberano pela grande honra de trazer ao mundo Aquele que seria o seu Salvador.

Cumprido o tempo determinado, Maria deu à luz seu filho, a quem colocou o nome de Jesus, segundo lhe havia sido ordenado. A partir desse dia a vida de Maria foi marcada por acontecimentos extraordinários: o nascimento de seu filho em Belém, a surpreendente visita dos pastores ao bebê, a visita dos sábios que vieram de terras muito distantes, a inconteste sabedoria de Jesus aos 12 anos de idade, seus milagres, seus ensinos, e, por fim, seu sofrimento, morte e ressurreição.

Maria ficou conhecida por sua humildade, e isto é admirável! Ela não alardeou ser a mãe do Salvador, o Filho de Deus. Discretamente, tudo observava e guardava em seu coração. Quando Jesus voltou para a casa do Pai, Maria foi vista na companhia de seus seguidores em fervente oração. Ela havia cumprido sua missão no grande plano redentivo de Deus. Sim, essa mulher admirável foi um instrumento de Deus para que o descendente de Eva viesse ao mundo para restaurar a comunhão entre Deus e os homens. Para encerrar essa bela história, façamos coro com Isabel, em reconhecimento à maior virtude de Maria: Bem aventurada a que creu!



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